sexta-feira, 2 de julho de 2010

outono

O outono

Nesses dias, tenho me encontrado em pleno outono. Eu sinto a troca das antigas folhas que cobriam os sentimentos escondidos cá dentro. Antigamente era mais fácil sublimar, mas no outono tudo fica desnudo, é um ciclo inevitável da vida jogar fora o que já deu o que tinha que dar....
Parece que esse outono vai dar o que falar. Eu tinha uma certeza de que ia encontrar um amor no verão passado, alegria mágica dos dias quentes foi embora e não aconteceu o amor. Ah...de novo ele, sempre o amor. O amor carece... Numa vida tão corrida, cheia de problemas, em meio à depressão que se instala em virtude das dificuldades que não consigo dar conta, amar me parece um lindo sonho antídoto ao tédio, ao caos. É isso me dou conta, nesse outono, que me transformei numa administradora bem sucedida do caos...
Briga com os filhos, batida de carro, traição de namorado, sexo sem amor, conta negativa no banco, trabalhos intermináveis, engarrafamento, choro, cansaço, dor nas costas em meio ao caos uma esperanças contida de amor. Talvez por isso você começa a sonhar com uma pontinha de céu na sua vida que pudesse balancear com afeto essa vida maluca.
Enganos. O amor precisa de espaço, de tempo, de suavidade, talvez por isso ele nunca aconteça, sei lá. Só sei que depois desse outono, nada será como antes, porque antes não percebia que esse pedaço de céu dentro da vida é um desejo que tudo, enfim, melhore: as brigas, o trabalho , a vida. O desejo de amar é também o desejo de viver bem, independente se seremos felizes para sempre ou não.

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